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Referências Bibliográficas:
Discopatia e hérnia de disco
Com as modificações bioquímicas do disco intervertebral que se iniciam na terceira década de vida e que pode ser precipitadas por vários fatores, como as sobrecargas em geral, ocorre perda da condição de gel no núcleo e de sua capacidade de distribuir adequadamente as cargas. Estas passam a se concentrar de forma desigual no ânulo, levando à formação de fissuras nas camadas por onde se insinua o material nuclear; progressivamente, a partir disso, poderá ocorrer hérnia discal.
Dependendo da localização do disco, a discopatia terá características anatômicas diferentes, isso pode ocorrer na saliência anterior, sob o ligamento longitudinal anterior; na saliência póstero-lateral levando a compressão radicular; na saliência póstero-mediana ou central, na parte central do canal raquidiano, comprimindo a medula e seus vasos; na saliência lateral, no canal da artéria vertebral, podendo comprimi-la.
A hérnia de disco leva a mais de 200 mil operações por ano nos EUA, e embora seja mais freqüente na região lombar, ela pode ocorrer em qualquer local da coluna vertebral. O fator principal parece ser a diminuição no conteúdo dos proteoglicanos no disco intervertebral (responsáveis pela hidratação do núcleo pulposo = gel). Com diminuição da pressão de embebição do disco maior pressão é transmitida às fibras do ânulo, o núcleo perde suas propriedades hidráulicas, de amortecedor das pressões, e as fibras do ânulo mais susceptíveis a rupturas.
O disco se rompe em flexão e rotação, além disso, fatores biomecânicos locais são importantes, pois os níveis C5 e C6, coluna torácica inferior e coluna lombar L4-5 e L5-S1 são mais susceptíveis à ocorrência de hérnia discal.
A hérnia de disco pode provocar cervicalgias, lombalgias, lombociatalgias ou, mais raramente, síndrome da cauda eqüina. Entre as alterações neurológicas da compressão medular, o paciente pode apresentar parestesia, paresia radicular (em geral espástica), ataxia e alterações esfincterianas.
Classificação das hérnias de disco:
1-Hérnia de disco protusa, neste tipo de hérnia há envolvimento apenas do anel fibroso, que migra posteriormente, ocasiona compressão e dor. Geralmente o tratamento para este caso é conservador com antiinflamatórios, relaxantes musculares, eventualmente colete lombosacral e fisioterapia.
2-Hérnia de disco extrusa, neste tipo de hérnia há envolvimento do anel fibroso e núcleo pulposo, que migram posteriormente, ocasionando uma compressão intensa, provocando dor mais intensa e em maior tempo. Neste tipo de hérnia o tratamento é geralmente conservador com antiinflamatórios, relaxantes musculares, colete lombosacral e fisioterapia. Eventualmente se estas modalidades não provocarem melhora dos sintomas, há indicação cirúrgica para melhora a sintomática, porém são reservados apenas 5% a 10% dos casos.
3-Hérnia de disco seqüestrada, neste outro tipo há um rompimento deste disco e este material rompido, migra para dentro do canal medular, que além da compressão provoca inflamação importante e compressão contínua, o paciente apresenta posição antálgica inclinando a coluna vertebral. Neste caso a melhora só é possível com procedimento cirúrgico e representam a minoria das hérnias.
Diagnóstico: quadro clínico, e exames complementares por imagem (TC e RNM) e eletrodiagnóstico. No diagnóstico diferencial deve-se incluir doenças neurológicas e tumores do sistema nervoso, que pode provocar quadro clínico semelhante.
O tratamento conservador, nos casos de lombociatalgias, deve ser a primeira opção, devendo-se insistir nele por 6 a 8 semanas, antes de pensar em tratamento cirúrgico. Na fase aguda recomenda-se repouso, que deve ser absoluto apenas nos dois primeiros dias, pois após esse período, passa a levar a perda de massa óssea e muscular. A indicação de tratamento cirúrgico deve ser feita de maneira absoluta e de urgência nos quadros de síndrome da cauda eqüina em que o paciente apresenta uma hérnia de grande volume, comprimindo as raízes e levando ao quadro de anestesia em sela e alterações de esfíncteres.
Referências Bibliográficas:
HEBERT, S; XAVIER, R. Ortopedia e traumatologia. 3 ed. Artmed: São Paulo, 2003.
- NEGRELLI, WF. Hérnia discal: Procedimentos de tratamento. ACTA ORTOP BRAS 9(4), OUT/DEZ, 2001.
- ZONER, CS; AMARAL, DT; NATOUR, J; FERNANDES, ARC. Contribuição dos métodos de diagnóstico por imagem na avaliação da espondilólise. Rev Bras Reumatol, v. 46, n.4, p. 287-291, jul/ago, 2006.
- ANDRADE, JWC; HENNEMANN, SA; PICADA, RK. Espondilolistese degenerativa tratada com artrodese em 360º: série de casos. COLUNA/COLUMNA, 7(1):33-39, 2008.
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